quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Procuro nos búzios e no horóscopo o resto da minha dignidade. Tento ser mais cética, mais durona, mas sou totalmente tendenciosa quando alguma coisa diz que eu posso ser feliz. É sempre mais fácil culpar o autosabotamento com signos do zodíaco ou algo que se preze, do que entender que você, independente de onde marte esteja neste exato momento, gosta de arrancar as próprias penas apenas para ver aonde dói.


Gosta de se cutucar para ver aonde sangra, aonde incomoda, que parte do seu corpo sente mais falta dele, em que momento do dia você perde a razão, fica sem ar, o porquê grita tanto internamente ao ponto que se deita exausta de tanta coisa que é sua, mas que você não sabe lidar, e por isso é fácil apelar para o impalpável e para todas as superstições existentes para que tirem a culpa que você carrega de querer tanto ser como os outros, mas não é.
 
 
By: Dinha..

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Meu presente de natal pra vocês (porque não faz mal a ninguém haha)

O céu estava cor de tarde vazia. Um bafo quente deslizava entre as pessoas que andavam pelas ruas frias da pequena cidade. Os rostos delas pareciam confundir-se em uma só palavra: desespero. Havia angústia em cada piscar de olhos, havia medo de perder o que não se tinha, havia falta de sentimento, de atenção. Nada havia, naquele dia sem gosto de, bem, dia.
Os passos sujos, largos e individuais quase calaram a voz da menina. Mas ela não desistiu. Ajeitou-se em seu vestidinho sujo, que um dia fora cor de pérola e apertou mais forte a mão do único homem que ela amara até então.
Seu papai.

-Papai, o que é a dor? - murmurou, lançando um olhar apreensivo ao homem magro, que nunca deixara o chapéu verde-oliva em casa.

-Filha, pelo amor que tem em mim! Sem perguntas. Não vê que estamos no centro da cidade? E que essa multidão está nos levando ao caos?

Ela calou-se. Nunca fora desobediente em toda a sua vida.
Mentira. Houve aquela vez.
Quando subiu em uma árvore enorme, que ficava em frente a casa de sua avó. Ah, a vovó! Fazia os melhores bolinhos de açúcar do mundo. E cantava como um anjo, era o que diziam.
Mas isso pareceu não importar muito quando a pequena garota caiu da árvore e quebrou a perna esquerda. Além disso, ganhou duas cicatrizes (uma na mão e outra na canela). Ficara tão feliz naquela tarde quente de verão! Para quem não sabe, quanto o maior número de cicatrizes, maior seu grau de coragem. Ter cicatrizes significava sobrevivência.
Realmente, era para poucos.
Mas, fora aquele dia, nunca mais ousou testar o limite dos pais. Não por e sim por saber que eles não mereciam tanto aborrecimento.
Infelizmente, eram dias difíceis aqueles. Se não bastasse o racionamento de alimentos por causa da guerra, ainda havia o constante medo de não conhecer o final daquela triste história.
Triste, mas era um final. E todos nós precisamos saber o final.
O final é essencial para a nossa consciência. Nosso livre pensar.
O pai apertou a mão da pequena com mais força e a puxou para o outro lado da rua.

-Querida! Olhe por onde anda. Quase foi atropelada. Por Deus! Está sempre com a cabeça nas nuvens.

-Talvez seja melhor, papai.
O pai teve que sorrir; era um comentário tão doce, tão inteligente para uma menina que vivia em meio a tanta violência e sofrimento.

Ele cumprimentou o dono da padaria com um aceno discreto. Nunca fora a pessoa mais simpática do mundo, mas todos sabiam que ele era capaz de notar os mais nobres sentimentos.

E ele não apenas notava. Ele os sentia.

-Papai - ela começou a dizer; as perguntas simplesmente mordiam sua língua, tinham como afã a liberdade de uma dúvida esclarecida - Por que essas pessoas estão jogadas na rua? Olhe só! Aquele menino tem a minha idade, papai.

O pai respirou fundo e continuou a andar. Passos doloridos que recitavam uma resposta silenciosa:
Não vou responder a nenhuma pergunta que minha filha me fizer sobre esse assunto.
Você me perguntará o motivo.

Dar-te-ei dois:

1- Não sei por onde começar;


2- Vai doer. Em nós dois.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meu sorriso de criança...

Meu passado imaginário
Meu sorriso de criança
Meus segredos de diário,
Trago tudo na lembrança
Guardo num sonho inventado
Como se fosse verdade
Um coração disparado
Cativo da liberdade
Tantas vontades contidas
Princesa tão mal vestida
Aquela boneca bonita
Que nunca se teve na vida
Um livro de poesia
Na cabeceira da cama
Faz-de-conta de alegria
Fingindo alguém que ama
A vida em estrelinhas
De um brilho artificial
Menina namoradinha
Do belo poeta imortal
Dou adeus a minha infância
Arco-iris pintado à mão
São restinhos de esperança
que voando longe se vão...



Duxs.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ela não olhava para ninguém, e não dava satisfações. Havia se fechado para qualquer possibilidade de ser uma mulher-que-encontra-o-amor-verdadeiro ou de ser uma mulher-que-vive-aquilo-que-ela-acha-que-é-o-amor-verdadeiro.
Suas caminhadas eram coloridas, e não doloridas. Negava-se a sofrer, a se encantar demais com qualquer coisa que fosse... É. O ser dela não era de flor, era de faca.
Mas naquela tarde de quase-verão ela fez duas escolhas que mudariam a sua vida para sempre: reparar no que sempre estivera ali e sorrir.
Sentindo uma fraqueza mais parecida com ilusão ela foi para casa pensando naquele par de olhos verdes.


Ah, aquele par de olhos verdes!

Tô cantando


Ter quase vinte anos é assustador. Quero dizer, é uma idade de peso (pelo menos teoricamente). É quando podemos começar a realizar os nossos sonhos...Sonhos de uma vida inteira! E que medo que bate na porta...Medo de perder a vontade!
Quando eu tinha meus quinze anos não fazia idéia da dificuldade que é poder fazer suas próprias escolhas, construir seu próprio caminho. E tudo isso moldando aquela pessoa que você sempre quis ser. É engraçado pensar nas coisas que permaneceram a mesma coisa. A gente acaba aprendendo que há uma infinidade de tipos de amigos. Os que aparecem e vão embora rapidamente, os que são um bando de filho da puta, os que duram a vida toda. Acho que pelo fato de eu não gostar muito de sair e preferir passar sábado à noite viajando com Los Hermanos, eu não tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas...E ao mesmo tempo, agradeço por ter encontrado as melhores pessoas do mundo aqui mesmo, via internet.

Esse borbulhar de mudanças que pulsam ao redor, não é nada mais que uma normalidade complexa da nossa existência. Pisar no freio é burrice; criar conceitos acaba sendo inevitável. E são esses conceitos que podem fazer você desistir de muitas coisas, partir para um outro mundo até então escondido atrás do armário.

Quando eu menos me dei conta, lá estava eu, conseguindo dar início à poesia que é a vontade de mudar. Começar a a mudar, a continuar...Que linda música, não?



Por isso que, hoje, metade de mim está cantando.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Prezada mulherzinha

Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu.
Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando.
Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme.
Chega.
Chega de se comportar assim.
Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo.
Basta de ataques, dessa competitividade suburbana eu sou a melhor, eu sou a mais alta, eu sou a mais gostosa do pedaço.
Ninguém tá ligando a mínima se você corre 10 quilômetros ou se aplicou Botox nessa sua testa sem expressão.
Ou se você é assim porque ainda não passa de uma menininha que quer ser mais perfeita do que a mãe, conquistar o amor do pai e ser a primeira da classe.
Esse teu afã psicopata de vencer todas as paradas só te deixa ridícula.
E me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha.
Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural-cinco-tons.
Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você.
Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado sobre a tal possível promoção que você terá no trabalho.
Relaxa, ninguém está a fim de ser você.
Tente, portanto, ser você com mais leveza.
E lembre-se: esse negócio de dizer que não se pode confiar em mulheres só comprova que você é uma pessoa maliciosa.
Sendo que isso está longe de ser porque você é fêmea.
Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim sobre ginasianas americanas. Todas fanhas e excitadas.
Chega, tá?
De azucrinar os outros com essa sua boca-genital lambuzada de gloss, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem.
Nunca mais caia no ridículo de fazer "sexo casual" com nenhum tipo de homem, mais velho ou mais novo, casado ou solteiro, porque todo mundo já sabe que você finge tudo. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte.
Seja honesta uma vez na vida: confesse.
Que você não é nada tão wild quanto se vende.
Que não sabe falar tão bem inglês assim.
Que fez escova progressiva.
Que tem dermatite.
E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser.
Acredite: idiotice só te faz charmosa para os cafajestes.
Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse; para lutar por você, até te conquistar, e destruir essa tua linda silhueta com uma gestação de 15 quilos.
É triste, amiga Mulherzinha, mas você terá que abrir mão da máscara de rímel que cobre a sua verdade.

[Fernanda Young]

domingo, 29 de novembro de 2009

Três dedos de açúcar e um adeus

- Pois bem, só uma perguntinha.
- Diga.
- Eu devo esperar por você?
- Só se você quiser.
"Intensa na própria defesa acumulava atenuantes, justificando-se aflita. Contou desculpas nos dez dedos das mãos abertas em frente ao espelho. Não satisfeita, recorreu aos dos pés. Recorreria a outros, se mais tivesse. As desculpas se acumulavam me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!"



Caio Fernando Abreu, meu querido, vem bater um papinho comigo, vem?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

let it be

Afundou-se no sofá e esperou o momento do encontro. O viver hoje parecia ser tão bonito. Esperar não atormentava mais; esperar parecia ser apenas o momento antes do grande acontecimento. O grande acontecimento? Não existe grande acontecimento. Ela já havia se enganado assim antes. Esperando, esperando, esperando sem ao menos saber o que esperava. Querendo sempre aquilo que talvez não quisesse. Vivendo a vida que não queria, sonhando com aquilo que não iria lhe satisfazer nunca.
Mas não dóia, não dóia mais. Ela podia sentir a liberdade agora. Livrou-se de si mesma, de seus medos e de suas insatisfações. É possível ser feliz sem estar sempre querendo o algo a mais. Seu único pedido, agora, era poder estar sempre se perdendo e se encontrando dentro de si mesma.
Pensando nisso ela fechou os olhos e adormeceu. Porque às vezes é preciso não pensar em absolutamente nada.
E não pensar é também pensar. Pensar por dentro.
E pensar por dentro é muito mais bonito.

domingo, 22 de novembro de 2009

1968!




Pelas ruas marchando indecisos cordões. Ainda fazem da flor seu mais forte refrão e acreditam nas flores vencendo o canhão...Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão. Os amores na mente, as flores no chão. A certeza na frente, a história na mão. Caminhando e cantando e seguindo a canção,

aprendendo e ensinando uma nova lição...



Ah, esses dias quentes de 1968!

sábado, 21 de novembro de 2009

Fingi na hora de rir

Não faz muito tempo que a coisa toda começou a acontecer. Na verdade, não se sabe ao certo onde tudo começou. Veio como um grito abafado, sem ao menos ser esperado. E ela não queria, ela não pretendia, acreditem em mim.
Mas agora havia ele, e todas as coisas que formavam sua vida com ele.
E suas mãos que ela colocava sob a dela. Como um afeto, um cuidado.
Mas às vezes parecia certo escolher outros caminhos, outros formas de continuar a fazer parte da vida dele. Só e simplesmente.
É que ficou muito difícil prestar atenção nas coisas que ele dizia, ficou ainda mais difícil dizer alguma coisa que ele vá, de fato, prestar atenção. Ela precisava de um limite, sempre precisaria de um limite.
Se todas as vezes que ela se permitiu um pouco mais, por querer mais, por precisar de mais, acabou ficando com pouco, quase nada... Dessa vez deciciu guardar, ao menos, uma lembrança bonita, a fim de, quem sabe, não perder tanta vida em tão pouco tempo.
E não dóia, não dóia como ela achou que fosse doer. Não consumia como ela pensou que fosse consumir.
E, pensando nisso, sorriu.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

À aniversariante


Quando temos muito a dizer, quase sempre acabamos não dizendo nada. Principalmente quando as palavras parecem ínfimas diante da grandeza que esta que me traz aqui hoje representa. Talvez o vento noturno tenha vindo em meu socorro. Escrever sobre ela não é uma tarefa fácil. Entendam. Peço licença pra recorrer à memória, mas alerto: posso cair em saudosismo emocionalista. Estão totalmente dispensados da obrigação de lerem até o fim.
Aos que continuam atentos a esta multidão de palavras – nem tão soltas assim [mas sem muito nexo] e carregadas – em cada letrinha, acento e pingos-nos-I – de sentido, significado, sentimento, verdade e tudo mais, vale uma ressalva: isso tudo aqui não passa de tentativa de esboçar uma narrativa que esbarra sempre naqueles longos silêncios onde as coisas sublimes são, de fato, entendidas.
Não é de hoje, aliás, é de bastante tempo que ela está na minha vida. E eu agradeço ao Pai por isso, pela bondade de te-la encontrado, por sua vida (sem a qual sabe-se lá o que seria da minha). Nós somos feitas de grandes banalidades, acreditem. Ah, como eu amo as nossas banalidades! Se todo o espaço que ela ocupa se resumisse a isso, eu já estaria satisfeita. Mas a nossa melodia é mais complexa, tem mais notas, é cheia de acordes!
No dia 19 de novembro algo parecido com um presente de aniversário deveria estar disposto em palavras {por alguns motivos, entre os quais está a falência múltipla - temporária - de ambos os bolsos desta que assinará este texto; e - principalmente – da minha inquietação em ter de escrever sobre quem, de um jeito ou de outro [e eu nem sempre sei por qual razão exatamente], é importante o bastante pra merecer (não sei se merecimento é a palavra...) o que, de melhor eu posso dar}.
Abro agora para as reticências, talvez, melhor do que eu, elas mensurem isto que tanto me envolve e emociona, mas que escorre habilmente por entre os dedos da minha insuficiente competência narrativa.
 
Com amor, parabéns!.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

spring

A verdade é uma só: a idéia de alguém depender de mim faz com que eu me sinta tão aflita. Nunca fui boa com as pessoas; minto! Sempre fui, mas nunca quis ter a responsabilidade de ser.
E eu gosto de ficar sozinha, mesmo. Tomar um porre de pensamentos, fazer poses para o espelho, poder pensar livremente e não ter quem mande em mim (sempre fui chatinha e nunca gostei de ordens, sabe como é).
Acho que é tudo uma conseqüência.
O fato de eu preencher a mim mesma, faz com que as pessoas pensem que eu sou insensível e etc.

Mal sabem elas que eu preciso tanto de atenção!
Tum tum tum ...
é a primavera, meus caros, é a primavera.

Sobra tanta falta

Saltos de flor. Angústia resumindo desejos, quase orações. Lembranças doídas guardadas na gaveta. Outrora passeando pela casa, escondendo-se atrás do armário.
Ah, de que vale a espera? O ritmo, o deslizar num sorriso, o mesmo tom, a mesma risada e o mesmo olhar de cuidado?
Porque falta alguma coisa. Há seis meses, falta alguma coisa.
E agora, José?



Atirar-me em ti novamente,
é o que falta.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ela ainda*

Minha vontade não é surda,
muda,
perdida.
Ela é mesmo escancarada,
arranhada,
cheia de delírios secretos,
amargos,
tão fininhos que até arrepia.

Mas já foi egoísta,
mentirosa,
uma mordida de tédio, de mãos trêmulas.
Medo de perder aquilo que não se tem;
só medo, então.

Sabe?

Burrice é tentar entender tudo,
escapar por aí que a metafísica é uma constante...AH!
E não me venha com a sua metafísica, com esse seu olhar
embutido, igual. Sempre igual.

Melhor mesmo é perder essa sua
boca em minhas palavras esquecidas
naquele papel amassado, que sei lá
onde está.

Sem biquinhos, carinhos,
nada, nada!
Não me venha de livro preto,
escritas douradas.
Hoje eu sou decidi ser eu, só eu
por algum momento,
quase nada

Deixa então que a vontade
me engula
mastigue essa minha falsa esperança
cortada em tirinhas dissimuladas

Deixa a vida,
que de vida nós já temos muito.

*inspirado por Dinha Mafra.

sábado, 14 de novembro de 2009

O vento vai dizer, lento o que virá

Ela se virou, trancou as portas - dentro e fora - avaliou tudo aquilo que vira e vivera durante tantos anos naqueles cantos frios, mas cheios de vida.
Seguiu a estrada. Seguiu sabendo que poderia voltar.
Que voltaria e rasgaria aquela angustia feia e sofrida, aquela solidão mastigada, e traria de volta as flores.
Olhou pra traz, e não voltou.
Não voltou nunca mais.





Perdoem-me essa minha inspiração crua e dilacerada, mas é que às vezes eu sou assim mesmo, o que se há de fazer?

;}

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lívia


Ainda bem
...que eu ainda acredito na utopia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

S(B)amba


Lá fora tudo fazia o mundo girar.
a chuva,
a dança das folhas nas árvores,
o cheiro de café,
de asfalto,
de gente.
tanta gente.

mordidas na consciência,
o dia inteiro,
a noite toda.

porque enquanto o mundo gira lá fora,
o meu mundo se encontrou ao perder.

Se perdeu ao ver você passar.

domingo, 8 de novembro de 2009

Loucura


A idéia de que todos nós temos o resto da nossa vida planejada pelo destino me perturba. É como se eu não pudesse mais 'pegar' a minha liberdade, minha capacidade de mudar quando eu bem entender. Porque, de fato, eu sou inconstante demais. Logo, preciso desesperadamente de mudanças diárias. Mudanças de gestos, palavras, pessoas, música, livros, não sei. Só não gosto de tudo sempre do mesmo jeito; a mesmice me entristece, faz dessa vida algo tão feio, mascarado.

Então, me diz, como posso eu acreditar no destino? Quero dizer, aceitar as coisas como são? Imaginar que de nada adianta fazer alguma coisa pois nada vai mudar? Ou, filosofar ainda mais, e concluir que cada ação nossa, para determinada mudança, faz parte dos planos malignos do destino?

Ah! Se eu pensar demais nisso, acabo ficando louca.


Bom finalzinho de domingo. :)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu era uma coisa pequena, rastejante e sem Deus, caminhando no escuro lamacento à procura apenas de qualquer gesto como o toque de uma mão humana, devagar na minha face.



Ele tocou.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

De onde vem a esperança


"O riso não é um luxo mas um direito fundamental".


Palhaços Sem Fronteiras foi fundada em 1993. Ele nasceu como resultado de uma necessidade manifestada por um grupo de educadores que desenvolveu um programa de educação para a paz nas escolas Cataluña. Neste quadro, Tortell Poltrona, artista convidado para se apresentar no campo de refugiados de Veli Joze (Savudrija) na Croácia , 26 de Fevereiro 1993 traz essa experiência que demonstrou a utilidade das artes e da educação para melhorar a situação sócio-psicológica do pós-populações de conflitos (especialmente crianças), as bases para a criação da entidade.



PSF missão é garantir e melhorar as condições psicológicas em que as pessoas vivem, em especial as crianças dos campos de refugiados, o desenvolvimento de territórios e em situações de emergência em todo o mundo.Payasos Sem Fronteiras desenvolve suas atividades principalmente no Estado espanhol e entra em contratos e convênios com associações e instituições, tanto públicas como privadas, Espanha e estrangeiro. Asimismo e prossegue os seus objetivos no exterior, dada a sua ajuda humanitária internacional.

PSF missão é garantir e melhorar as condições psicológicas em que as pessoas vivem, em especial as crianças dos campos de refugiados, o desenvolvimento de territórios e em situações de emergência em todo o mundo.



PREFERENCIAL BENEFICIÁRIOS

Os beneficiários de assistência preferencial de nossa organização são as crianças e adolescentes com exclusão social e econômica e, portanto, cultural, por razões que podem ser baseadas em uma ruptura de equilíbrio ou de uma marginalização crônica e histórica. Portanto, são aqueles que sofrem as consequências da guerra e das catástrofes naturais e os que vivem em situações de violencia. Os envolveu crianças de 4 a 12 são a melhor transformação dos valores veiculados pelo nosso dinâmico e que aproveitam melhor a longo prazo. Os adolescentes fazem parte de comunidades locais e beneficiários motoristas para que eles recebem um recurso profissional e um caminho de inserção do trabalho do género social.Ele é também uma prioridade para o PSF, e através da participação das mulheres nos processos de fortalecimento da comunidade minimizar a marginalização deste grupo.


Artistas estão convencidos de que você é um de nós. É por isso que nós oferecemos a possibilidade de participar ou cooperar nas atividades de nossa organização. Fazendo você parceiro / a Se você quiser participar de qualquer um dos nossos projetos, participar de expedições ou campanhas, o melhor é informá-la de sua vontade, juntamente com informações sobre o produto para sua empresa, sua visão ou o seu currículo pessoal ou diretamente a nossa sede ou qualquer dos nossos escritórios.

 Por favor, note que os nossos parceiros dispoe de tempo e trabalho, numa base voluntária, sendo esse um dos nossos princípios fundamentais.
Se você não tem tempo para juntar os nossos projetos, mas quer trabalhar com a nossa organização, você pode ajudar a levantar fundos e divulgar o nosso trabalho, por exemplo: Coordenando connosco a performance de gala com artistas de sua área, para cobrir os projetos Clowns Sem Fronteiras. Se você conhece ou está planejando uma festa relacionada mundo das artes (palhaços, teatro, etc.). Mas se deseja ser associado de Palhaços Sem Fronteiras, isto requer que estabelecemos previamente os termos e forma de colaboração. Entregando os direitos de obras ou a rendimentos auferidos em qualquer de suas ações. Sim, eu estaria colaborando PSF: See you!


Quero fazer rir as crianças e jovens mais desfavorecidos, como o riso é intrínseco às pessoas, além de ser um legado que todos tenemos.Podemos penso que o riso estará sempre presente, mas infelizmente existem muitos casos e situações que nos fazem pensar que hoje ou amanhã, ou até mesmo na vida todas as crianças tenham as condições para desfrutar do benefício de seu legado risa. Por portanto, possível no futuro, continuar a trabalhar para obter mais as crianças tenham acesso ao seu legado risa. Dejando Palhaços Sem Fronteiras como uma organização em que você acredita e confia, é uma maneira de tornar sua vida um gesto de solidariedade com o tempo.
 
*-)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Escrever não é ser, ou é, mas de muitas maneiras.

Em noites gritantes de tão silenciosas me pergunto se o amor é intrínseco à saudade ou se é a saudade que é intrínseca ao amor. E se o simples ato de admitir é coragem ou é um tiro pro alto...

Assumir não é ter que lidar com alguém. Assumir é ter que lidar com si próprio e com o seu desespero. Desespero que nada mais é que um ponto agudo, um grito vazio, uma necessidade de sentir tudo ou de sentir nada. O desespero é o nosso terceiro braço: não se sabe o que ele abraça, não se sabe o que ele traz para perto. Não se sabe onde estão suas mãos e a que mãos ele vai entrelaçar seus dedos trêmulos. Meu desespero é perceber que meus pensamentos não param um segundo sequer!

Hoje eu descobri que estou grávida de idéias. Preciso viver mais uns cem anos só para cumprir tudo o que prometi a mim mesma, para dar à luz ao inevitável. Ok, talvez não seja assim. Talvez as palavras estejam apenas pregando uma peça em mim, vai entender. Afinal, não sou tão fechada-no-meu-mundinho-interior. Só sei que eu gostaria de fazer as pessoar sentirem o que eu sinto. Arrepiarem quando eu falo que quando eu estou escrevendo, todas as coisas do mundo existem e deixam de existir ao mesmo tempo, e isso assusta tanto, e é como se eu estivesse caminhando para onde eu deveria estar, e mudando todo o caminho, letra por letra, frase por frase.
Acho que isso já é a saudade. Eu sinto não lembrar de tudo que eu ainda vou viver e isso dói. Dói mesmo. Acho que, no fundo, a minha música é desafinada, é um ruído! Um ruído de palavras nunca ditas, de desejos irrefutáveis e de danças solitárias.

Ontem eu fui a certeza, hoje eu sou a falta e amanhã eu sou o que? E a minha falta é melancolia e a minha melancolia é felicidade.

Então, por que não esquecemos de lembrar por apenas um instante? Esquecer também é ser. Esquecer é um ser estático, cheio de músicas feitas de vento...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Que o teu silêncio fala alto no meu peito

Eu sempre fui carente. Às vezes, sinto falta até de mim mesma. É uma falta doída; como se me faltasse o dente da frente - fico sem sorrir e tranco-me dentro do meu pequeno e abafado quarto de devaneios.

Porque encontrar, para mim, é se perder. Existir é a tentativa de viver e o amor é objeto inalcansável. Inalcansável porque amar é doação. Doação? Eu, doei apenas a saudade.
E, agora, mesmo podendo ouvir os chamados do meu coração, ainda falta alguma coisa.
Ainda falta alguma coisa.
Que se dizer "eu te amo" é como uma farpa que não se pode tirar com a pinça, não dizer é ouvir o abismo da dúvida e da solidão.
E, atualmente, comprei um abismo só para mim.
A prazo.

domingo, 18 de outubro de 2009

-Mas não seria natural.


-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.

-Natural é encontrar. Natural é perder.

-Linhas paralelas se encontram no infinito.

-O infinito não acaba. O infinito é nunca.

-Ou sempre.

domingo, 4 de outubro de 2009

Pois é, não deu.

Aceitar o seu próprio jeito de ser é desconcertante, e isso dói. Dói mesmo. Não pelas outras pessoas; eu sempre acreditei que ninguém pode saber ao certo que é melhor para você...E é por esse motivo que eu sempre dispenso comentários, previsões, opiniões e afins. Mas há dias que o coração aperta, a angústia pisoteia minha tranquilidade e tudo vai para o inferno. E de repente, o mundo vai ficando escuro, vazio, triste triste triste, o desespero, um ponto agudo, o vazio gritante, a vontade que não se sabe de sentir tudo ou não sentir nada. O desespero é como nosso terceiro braço, não se sabe o que ele abraça, não se sabe o que ele traz pra perto.
Parada, agora, temendo o próprio reflexo no espelho, a boca trêmula e o desejo explodindo ela se perguntava até que ponto fazer o certo e aguentar a insatisfação era a melhor maneira de viver.Quanto o nosso coração aguenta?
E até quando as coisas brilham feito grandes fogos, feito grandes sinais coloridos de amor, de vida, de alguma porra qualquer.
Tem que existir algo a mais.
Tem que existir.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009







Ela sacudiu a cabeça tentando não pensar em mais nada. O gosto de café na boca, o gosto de desilusão no coração e uma espécie de quase-esperança na alma. Queria respostas, desejava ter tantas respostas para as coisas desse mundo, para seus próprios sentimentos e não-sentimentos que de repente o dia foi ficando escuro, nublado, sozinho, perdendo aos poucos a vontade de continuar... E a alma, porque talvez ela exista mesmo, foi falando baixinho e baixinho que "o show deve continuar"... e a esperança provou que existia sim e ela sentiu uma vontade enorme de abrir os braços e sorrir e gritar para o mundo todo que sua alma estava aberta e que era tão tão tão fácil ser feliz, tão fácil ser feliz...




E ela era.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Reprise

Já fazia friozinho. Friozinho bom, cheio de noites embaixo do cobertor com o Rick de Casablanca murmurando "We'll always have Paris", e esperando o avião partir. Porque, você sabe, partir não é necessariamente ir embora para sempre. Partir é respeitar essa nossa estranha necessidade de tentar ser alguém diferente, de tentar ouvir um pouco mais de nós mesmos. E já fazia friozinho. Friozinho das tardes de café e leitura, um pouco de Lispector porque eu adoro sofrer e me encontrar, depois Drummond, Nora Roberts pra quebrar o gelo do coração e esperar que um Phillip Chamberlain bata na porta da minha casa, e qualquer filosofia que me faça pensar nas coisas da vida. Friozinho das noites de chá, solidão e Regina Spektor "Will never be my dear, dear friend, dear dear friend, dear dear friend..." ou de vinho, edredon, coque e filme com as melhores pessoas do mundo. Já fazia friozinho de vontades absurdas, tipo tomar sorvete de amora, pisar em folhas secas, abraçar amigos antigos, andar de mãos dadas, conhecer um músico que sofra a arte, e queira salvar o mundo da forma mais doce possível, e que goste de ser cuidado - e de cuidar, né? Ai, já fazia friozinho dos banhos quentes, dos pijamas gordinhos, da massagem nos pés antes de dormir, de colocar a meia quentinha e murmurar baixinho "we'll always have Paris, we'll always have Paris...".

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Crise (?)

Falta-me uma decisão melhor, eu sei. Falta-me um tanto de coragem e um pouco de fé, também sei. Não que isso importe. Hoje não quero mais do que eu posso ter, e isso me fez compreender uma coisa que eu já sabia há tempos: o que é nosso não fica guardado por muito tempo não; esquecer é o que acontece depois de tantos silêncios e acho que estou pronta para dizer que parei. É, parei. Não posso parar? A questão não é nem poder, é precisar. Preciso parar e é o que eu vou fazer.
A partir de hoje, na minha vida, só entra quem eu quiser e permanece quem merecer.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eu fiquei durante muito tempo tentando manter na memória uma coisa dolorida e feia, que me mastigava e destruia e me engolia por completa. Fiquei por muito tempo brincando de querer-e-não-poder-ter. Enquanto estávamos juntos, eu guardava na caixinha aqui dentro da minha cabeça todos os lugares e palavras e observações que você fazia. Porque eu sabia que um dia tudo terminaria e, mesmo que você mudasse de cidade, de estado, de país – que você morresse – aqui dentro tudo estaria guardado para quando eu quisesse reviver o nosso amor.

É incrível a forma como eu memorizei tudo. Tudinho. Aqui Dentro. Bem vivo. Até hoje. Lugares, palavras, músicas, filmes, imagens, situações, posições, sorrisos. A cara que você fazia quando ficava bravo, quando eu chorava, quando você estava envergonhado. Eu recordo tudo. A diferença é que ontem eu lembrava e morria. Hoje eu lembro. E só. A diferença é que ontem eu te via e morria. Hoje eu te vejo. E lembro. Mas só.

Às vezes eu penso se poderia ter sido diferente. E se eu tivesse fingido que não ouvi você falar o nome dela, e se eu tivesse insistido menos, e se eu tivesse feito menos drama, e se. Mas, afinal, tudo isso é indiferente. Tudo que acontece, tudo que se fala, tudo que se sente é tão efêmero, inconstante e imprevisível. Tão fora de nossas mãos. Pensar em como poderia ter sido não muda o passado. E hoje eu nada mais posso fazer para ter você em minhas mãos.

Durante muito tempo eu tentei te esquecer. Sabe, “buscar em outros braços seus abraços”? mas não apenas isso, eu também saía e falava de você quando ficava fora de mim. E os meus amigos, que me queriam bem, me mandavam esquecer, me mandavam largar mão de ser trouxa. Eu me estraguei por dentro, eu perdi o pouco amor próprio que me restava.

Depois eu criei o costume de mentir para o meu reflexo no espelho e dizer que tudo bem, vai ficar tudo bem, que eu enfrentei teu adeus como um sorriso nos lábios. Queria apenas que fosse let it be mesmo, passou, passou, não toca mais, não machuca mais, não consome mais. E eu, tão cheia de confiança acabei percebendo que eu fui arrogante demais com o meu coração, que acreditei demais que poderíamos nos enganar pelo resto da vida, tanta mentira que eu contei para saber suportar a dor de perder você, tanta coisa suja e feia que eu inventei. Eu ria sempre, falava sobre nossos momentos como se não tivessem sido importantes, e eles foram tudo o que eu tenho de bonito em mim, agora eu consigo entender, agora eu posso te dizer que foi real, que eu senti o amor dentro do peito. E existe, meus caros, o amor existe sim, e ele pode ser bem verdadeiro se permitirmos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Há uma alma em mim, há uma calma que não condiz

Uma coisa muito séria - e por que não bonita? - aconteceu comigo nesses dias. Acho que eu estava mesmo precisando olhar um pouco mais pra dentro e organizar minhas próprias defesas e aflições. Mas não havia defesa alguma, aflição alguma, eu era só vontade de continuar. Aquilo que hoje nos mata, amanhã vai te fazer compreender que talvez o coração não seja apenas um músculo. Apenas me distraia tantos atenuantes, tantas voltar pra chegar sempre no mesmo lugar. Mas isso não tem lá muita importância agora. O fato é que só fazem com a gente aquilo que a gente permite. É. Pense que não devemos esperar nada de ninguém e que decidir o que é melhor pra você e agir de acordo com as próprias regras não é egoísmo, é amor próprio.
E amor próprio talvez seja o que faltava pra mim, e pra todos nós, loucos, que ainda acreditam no amor.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Era como se a vida inteira deslizasse do outro lado da janela, e ela estava ali, estática, patética, esperando um abraço que não viria nunca. Os dedos trêmulos dobravam-se para não tocar a objetividade, porque de nada adiantava essa vida se não houvesse a paixão (?) da dúvida. E por mais egoísta que isso pudesse parecer ela se entregava aos poucos ao indeciso e às lágrimas que pareciam fugir de seus pequenos olhos, de uma visão indeterminada, sem fé, ou com fé demais, vai saber.Ela se curvava para a mulher que existia dentro dela, mas seu coração estava partido como o de uma criança que perdeu seu cobertorzinho de algodão.


Alguém me avisa?

Of you

Ontem eu estava pensando em nós. Quando você veio me ver na chuva, e eu esperando, e você preocupado porque eu poderia ficar doente, e eu nem ligava, achava até bonito. Chuva, nós, fevereiro. Gostei. Mais de um ano de nós, eu nunca me importei.Mas você disse que se importava, e eu acreditei. E começamos a trocar sorrisos nos corredores, a falar sobre nossos medos, nossas vontades, quase fazendo planos; e quando eu, finalmente, resolvi acreditar em todas as coisas que você dizia, você esqueceu nós, e a chuva, e fevereiro, e quando andamos de mãos dadas pela rua de madrugada, nos amando, rindo das coisas da vida, ou de quando eu chorei e você disse que tudo bem, pequena, eu estou aqui, estamos nisso juntos e eu sorri, e você me abraçou e me trouxe para perto sem perguntar mais nada, apenas deixando que o silêncio me tranquilizasse. E quando você disse que se eu não parasse de frescura você ia ficar muito bravo? E eu não parei, e você não ficou bravo, você riu tão sincero, tão vivo, uma coisa estranha, gostei de você naquele momento. Gostei muito de você naquele momento.

Hoje eu só vejo você de longe e penso que as coisas estão ocorrendo como deveriam, que está sendo melhor assim, que dizer não e sair andando foi a decisão mais inteligente que eu poderia ter tomado.Só me pergunto às vezes se ser sempre inteligente vai nos trazer felicidade algum dia.
Vai?

sábado, 4 de abril de 2009

Às vezes

é só vontade de continuar.