Minha vontade não é surda,
muda,
perdida.
Ela é mesmo escancarada,
arranhada,
cheia de delírios secretos,
amargos,
tão fininhos que até arrepia.
Mas já foi egoísta,
mentirosa,
uma mordida de tédio, de mãos trêmulas.
Medo de perder aquilo que não se tem;
só medo, então.
Sabe?
Burrice é tentar entender tudo,
escapar por aí que a metafísica é uma constante...AH!
E não me venha com a sua metafísica, com esse seu olhar
embutido, igual. Sempre igual.
Melhor mesmo é perder essa sua
boca em minhas palavras esquecidas
naquele papel amassado, que sei lá
onde está.
Sem biquinhos, carinhos,
nada, nada!
Não me venha de livro preto,
escritas douradas.
Hoje eu sou decidi ser eu, só eu
por algum momento,
quase nada
Deixa então que a vontade
me engula
mastigue essa minha falsa esperança
cortada em tirinhas dissimuladas
Deixa a vida,
que de vida nós já temos muito.
*inspirado por Dinha Mafra.
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