domingo, 29 de novembro de 2009

Três dedos de açúcar e um adeus

- Pois bem, só uma perguntinha.
- Diga.
- Eu devo esperar por você?
- Só se você quiser.
"Intensa na própria defesa acumulava atenuantes, justificando-se aflita. Contou desculpas nos dez dedos das mãos abertas em frente ao espelho. Não satisfeita, recorreu aos dos pés. Recorreria a outros, se mais tivesse. As desculpas se acumulavam me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!"



Caio Fernando Abreu, meu querido, vem bater um papinho comigo, vem?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

let it be

Afundou-se no sofá e esperou o momento do encontro. O viver hoje parecia ser tão bonito. Esperar não atormentava mais; esperar parecia ser apenas o momento antes do grande acontecimento. O grande acontecimento? Não existe grande acontecimento. Ela já havia se enganado assim antes. Esperando, esperando, esperando sem ao menos saber o que esperava. Querendo sempre aquilo que talvez não quisesse. Vivendo a vida que não queria, sonhando com aquilo que não iria lhe satisfazer nunca.
Mas não dóia, não dóia mais. Ela podia sentir a liberdade agora. Livrou-se de si mesma, de seus medos e de suas insatisfações. É possível ser feliz sem estar sempre querendo o algo a mais. Seu único pedido, agora, era poder estar sempre se perdendo e se encontrando dentro de si mesma.
Pensando nisso ela fechou os olhos e adormeceu. Porque às vezes é preciso não pensar em absolutamente nada.
E não pensar é também pensar. Pensar por dentro.
E pensar por dentro é muito mais bonito.

domingo, 22 de novembro de 2009

1968!




Pelas ruas marchando indecisos cordões. Ainda fazem da flor seu mais forte refrão e acreditam nas flores vencendo o canhão...Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão. Os amores na mente, as flores no chão. A certeza na frente, a história na mão. Caminhando e cantando e seguindo a canção,

aprendendo e ensinando uma nova lição...



Ah, esses dias quentes de 1968!

sábado, 21 de novembro de 2009

Fingi na hora de rir

Não faz muito tempo que a coisa toda começou a acontecer. Na verdade, não se sabe ao certo onde tudo começou. Veio como um grito abafado, sem ao menos ser esperado. E ela não queria, ela não pretendia, acreditem em mim.
Mas agora havia ele, e todas as coisas que formavam sua vida com ele.
E suas mãos que ela colocava sob a dela. Como um afeto, um cuidado.
Mas às vezes parecia certo escolher outros caminhos, outros formas de continuar a fazer parte da vida dele. Só e simplesmente.
É que ficou muito difícil prestar atenção nas coisas que ele dizia, ficou ainda mais difícil dizer alguma coisa que ele vá, de fato, prestar atenção. Ela precisava de um limite, sempre precisaria de um limite.
Se todas as vezes que ela se permitiu um pouco mais, por querer mais, por precisar de mais, acabou ficando com pouco, quase nada... Dessa vez deciciu guardar, ao menos, uma lembrança bonita, a fim de, quem sabe, não perder tanta vida em tão pouco tempo.
E não dóia, não dóia como ela achou que fosse doer. Não consumia como ela pensou que fosse consumir.
E, pensando nisso, sorriu.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

À aniversariante


Quando temos muito a dizer, quase sempre acabamos não dizendo nada. Principalmente quando as palavras parecem ínfimas diante da grandeza que esta que me traz aqui hoje representa. Talvez o vento noturno tenha vindo em meu socorro. Escrever sobre ela não é uma tarefa fácil. Entendam. Peço licença pra recorrer à memória, mas alerto: posso cair em saudosismo emocionalista. Estão totalmente dispensados da obrigação de lerem até o fim.
Aos que continuam atentos a esta multidão de palavras – nem tão soltas assim [mas sem muito nexo] e carregadas – em cada letrinha, acento e pingos-nos-I – de sentido, significado, sentimento, verdade e tudo mais, vale uma ressalva: isso tudo aqui não passa de tentativa de esboçar uma narrativa que esbarra sempre naqueles longos silêncios onde as coisas sublimes são, de fato, entendidas.
Não é de hoje, aliás, é de bastante tempo que ela está na minha vida. E eu agradeço ao Pai por isso, pela bondade de te-la encontrado, por sua vida (sem a qual sabe-se lá o que seria da minha). Nós somos feitas de grandes banalidades, acreditem. Ah, como eu amo as nossas banalidades! Se todo o espaço que ela ocupa se resumisse a isso, eu já estaria satisfeita. Mas a nossa melodia é mais complexa, tem mais notas, é cheia de acordes!
No dia 19 de novembro algo parecido com um presente de aniversário deveria estar disposto em palavras {por alguns motivos, entre os quais está a falência múltipla - temporária - de ambos os bolsos desta que assinará este texto; e - principalmente – da minha inquietação em ter de escrever sobre quem, de um jeito ou de outro [e eu nem sempre sei por qual razão exatamente], é importante o bastante pra merecer (não sei se merecimento é a palavra...) o que, de melhor eu posso dar}.
Abro agora para as reticências, talvez, melhor do que eu, elas mensurem isto que tanto me envolve e emociona, mas que escorre habilmente por entre os dedos da minha insuficiente competência narrativa.
 
Com amor, parabéns!.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

spring

A verdade é uma só: a idéia de alguém depender de mim faz com que eu me sinta tão aflita. Nunca fui boa com as pessoas; minto! Sempre fui, mas nunca quis ter a responsabilidade de ser.
E eu gosto de ficar sozinha, mesmo. Tomar um porre de pensamentos, fazer poses para o espelho, poder pensar livremente e não ter quem mande em mim (sempre fui chatinha e nunca gostei de ordens, sabe como é).
Acho que é tudo uma conseqüência.
O fato de eu preencher a mim mesma, faz com que as pessoas pensem que eu sou insensível e etc.

Mal sabem elas que eu preciso tanto de atenção!
Tum tum tum ...
é a primavera, meus caros, é a primavera.

Sobra tanta falta

Saltos de flor. Angústia resumindo desejos, quase orações. Lembranças doídas guardadas na gaveta. Outrora passeando pela casa, escondendo-se atrás do armário.
Ah, de que vale a espera? O ritmo, o deslizar num sorriso, o mesmo tom, a mesma risada e o mesmo olhar de cuidado?
Porque falta alguma coisa. Há seis meses, falta alguma coisa.
E agora, José?



Atirar-me em ti novamente,
é o que falta.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ela ainda*

Minha vontade não é surda,
muda,
perdida.
Ela é mesmo escancarada,
arranhada,
cheia de delírios secretos,
amargos,
tão fininhos que até arrepia.

Mas já foi egoísta,
mentirosa,
uma mordida de tédio, de mãos trêmulas.
Medo de perder aquilo que não se tem;
só medo, então.

Sabe?

Burrice é tentar entender tudo,
escapar por aí que a metafísica é uma constante...AH!
E não me venha com a sua metafísica, com esse seu olhar
embutido, igual. Sempre igual.

Melhor mesmo é perder essa sua
boca em minhas palavras esquecidas
naquele papel amassado, que sei lá
onde está.

Sem biquinhos, carinhos,
nada, nada!
Não me venha de livro preto,
escritas douradas.
Hoje eu sou decidi ser eu, só eu
por algum momento,
quase nada

Deixa então que a vontade
me engula
mastigue essa minha falsa esperança
cortada em tirinhas dissimuladas

Deixa a vida,
que de vida nós já temos muito.

*inspirado por Dinha Mafra.

sábado, 14 de novembro de 2009

O vento vai dizer, lento o que virá

Ela se virou, trancou as portas - dentro e fora - avaliou tudo aquilo que vira e vivera durante tantos anos naqueles cantos frios, mas cheios de vida.
Seguiu a estrada. Seguiu sabendo que poderia voltar.
Que voltaria e rasgaria aquela angustia feia e sofrida, aquela solidão mastigada, e traria de volta as flores.
Olhou pra traz, e não voltou.
Não voltou nunca mais.





Perdoem-me essa minha inspiração crua e dilacerada, mas é que às vezes eu sou assim mesmo, o que se há de fazer?

;}

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lívia


Ainda bem
...que eu ainda acredito na utopia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

S(B)amba


Lá fora tudo fazia o mundo girar.
a chuva,
a dança das folhas nas árvores,
o cheiro de café,
de asfalto,
de gente.
tanta gente.

mordidas na consciência,
o dia inteiro,
a noite toda.

porque enquanto o mundo gira lá fora,
o meu mundo se encontrou ao perder.

Se perdeu ao ver você passar.

domingo, 8 de novembro de 2009

Loucura


A idéia de que todos nós temos o resto da nossa vida planejada pelo destino me perturba. É como se eu não pudesse mais 'pegar' a minha liberdade, minha capacidade de mudar quando eu bem entender. Porque, de fato, eu sou inconstante demais. Logo, preciso desesperadamente de mudanças diárias. Mudanças de gestos, palavras, pessoas, música, livros, não sei. Só não gosto de tudo sempre do mesmo jeito; a mesmice me entristece, faz dessa vida algo tão feio, mascarado.

Então, me diz, como posso eu acreditar no destino? Quero dizer, aceitar as coisas como são? Imaginar que de nada adianta fazer alguma coisa pois nada vai mudar? Ou, filosofar ainda mais, e concluir que cada ação nossa, para determinada mudança, faz parte dos planos malignos do destino?

Ah! Se eu pensar demais nisso, acabo ficando louca.


Bom finalzinho de domingo. :)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu era uma coisa pequena, rastejante e sem Deus, caminhando no escuro lamacento à procura apenas de qualquer gesto como o toque de uma mão humana, devagar na minha face.



Ele tocou.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

De onde vem a esperança


"O riso não é um luxo mas um direito fundamental".


Palhaços Sem Fronteiras foi fundada em 1993. Ele nasceu como resultado de uma necessidade manifestada por um grupo de educadores que desenvolveu um programa de educação para a paz nas escolas Cataluña. Neste quadro, Tortell Poltrona, artista convidado para se apresentar no campo de refugiados de Veli Joze (Savudrija) na Croácia , 26 de Fevereiro 1993 traz essa experiência que demonstrou a utilidade das artes e da educação para melhorar a situação sócio-psicológica do pós-populações de conflitos (especialmente crianças), as bases para a criação da entidade.



PSF missão é garantir e melhorar as condições psicológicas em que as pessoas vivem, em especial as crianças dos campos de refugiados, o desenvolvimento de territórios e em situações de emergência em todo o mundo.Payasos Sem Fronteiras desenvolve suas atividades principalmente no Estado espanhol e entra em contratos e convênios com associações e instituições, tanto públicas como privadas, Espanha e estrangeiro. Asimismo e prossegue os seus objetivos no exterior, dada a sua ajuda humanitária internacional.

PSF missão é garantir e melhorar as condições psicológicas em que as pessoas vivem, em especial as crianças dos campos de refugiados, o desenvolvimento de territórios e em situações de emergência em todo o mundo.



PREFERENCIAL BENEFICIÁRIOS

Os beneficiários de assistência preferencial de nossa organização são as crianças e adolescentes com exclusão social e econômica e, portanto, cultural, por razões que podem ser baseadas em uma ruptura de equilíbrio ou de uma marginalização crônica e histórica. Portanto, são aqueles que sofrem as consequências da guerra e das catástrofes naturais e os que vivem em situações de violencia. Os envolveu crianças de 4 a 12 são a melhor transformação dos valores veiculados pelo nosso dinâmico e que aproveitam melhor a longo prazo. Os adolescentes fazem parte de comunidades locais e beneficiários motoristas para que eles recebem um recurso profissional e um caminho de inserção do trabalho do género social.Ele é também uma prioridade para o PSF, e através da participação das mulheres nos processos de fortalecimento da comunidade minimizar a marginalização deste grupo.


Artistas estão convencidos de que você é um de nós. É por isso que nós oferecemos a possibilidade de participar ou cooperar nas atividades de nossa organização. Fazendo você parceiro / a Se você quiser participar de qualquer um dos nossos projetos, participar de expedições ou campanhas, o melhor é informá-la de sua vontade, juntamente com informações sobre o produto para sua empresa, sua visão ou o seu currículo pessoal ou diretamente a nossa sede ou qualquer dos nossos escritórios.

 Por favor, note que os nossos parceiros dispoe de tempo e trabalho, numa base voluntária, sendo esse um dos nossos princípios fundamentais.
Se você não tem tempo para juntar os nossos projetos, mas quer trabalhar com a nossa organização, você pode ajudar a levantar fundos e divulgar o nosso trabalho, por exemplo: Coordenando connosco a performance de gala com artistas de sua área, para cobrir os projetos Clowns Sem Fronteiras. Se você conhece ou está planejando uma festa relacionada mundo das artes (palhaços, teatro, etc.). Mas se deseja ser associado de Palhaços Sem Fronteiras, isto requer que estabelecemos previamente os termos e forma de colaboração. Entregando os direitos de obras ou a rendimentos auferidos em qualquer de suas ações. Sim, eu estaria colaborando PSF: See you!


Quero fazer rir as crianças e jovens mais desfavorecidos, como o riso é intrínseco às pessoas, além de ser um legado que todos tenemos.Podemos penso que o riso estará sempre presente, mas infelizmente existem muitos casos e situações que nos fazem pensar que hoje ou amanhã, ou até mesmo na vida todas as crianças tenham as condições para desfrutar do benefício de seu legado risa. Por portanto, possível no futuro, continuar a trabalhar para obter mais as crianças tenham acesso ao seu legado risa. Dejando Palhaços Sem Fronteiras como uma organização em que você acredita e confia, é uma maneira de tornar sua vida um gesto de solidariedade com o tempo.
 
*-)