sábado, 30 de janeiro de 2010

Pode ser do vento vir

Olha, eu sei que a maré está difícil, mas eu queria te pedir pra não parar de remar, porque ver você remando me dá vontade de remar também.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Motivo mais não há

O ser humano é sujo, podre, e falso quando quer.
Dane-se.


Só sei que ninguém é obrigado a ficar ouvindo chilique alheio.
Simples.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Conclusão durante um café

Eu queria mesmo perder essa timidez feia, dolorida. Queria poder soltar um: e aí, certinho? Poder andar decidida e fazer alguma coisa, como nos filmes. Mas, colega, vou te dizer uma coisa:a vida não é um filme. É um comercial chato de margarina. E nem sempre acaba como queremos.
Que seja. Quem sou eu para questionar a nossa existência?
Mal consigo lidar com as minhas próprias neuroses.
E é ridículo mesmo. Ridículo precisar tanto ouvir essa sua voz, admirar esse sorriso perdido e perturbar a minha paz com o seu andar...

Essas coisas são complicadas demais.
Daqui a pouco eu desisto.
Juro.


(mentira)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba

As minhas neuroses por aqui são sempre constantes e creio que isso salva muita gente e me faz manter algumas amizades, porque não é muito fácil ser eu, querer ser eu, deixar de ser eu, entende? É tempo de me fazer, eu sei. Não sei se acho muito coerente fazer uma retrospectiva, mas vamos lá..

1. Loucura do primeiro semestre
Eu deixei de existir, passei a viver. Juro. Vivi uns dez anos em cinco meses. Fiz de tudo. Tá, quase tudo, ou quase nada, depende do ponto de vista, né? Mas arrisquei. Não só falei como também disse. Perdi o medo, eu era só coragem. Parei de me importar demais com as reações; as ações me pareciam mais interessantes, de qualquer forma. Conheci pessoas que inexplicavelmente mudaram muitas coisas em mim, e que ainda estão aqui. Aprendi - mesmo de forma patética - a manter amizades bonitas e amores complexos. Amizades bonitas que me fazem entender essa coisa dos amores complexos. É.
Liguei quando eu quis, atendi quando achei que era conveniente. Bebi (chá), dancei, dei risada, chorei, não me arrependi.
Não me arrependi.

2. Amizades bonitas
Fazer amizades nunca foi difícil para mim. Na verdade, sempre foi mais difícil saber quais realmente valiam a pena. Pois é. Mas aprendi muitas coisas esse ano, em relação a isso, entende. Aprendi a perdoar e percebi que eu posso sim ligar às três da madrugada para dizer coisas que não faziam sentido algum, e depois chorar, e chorar como se tal atitude fosse resolver alguma coisa. Compreendi que o pouco é sempre melhor que o muito, e isso me fez bem porque, você sabe, eu não sei lidar com muita pressão. E nem quero saber.
Passei noites sem dormir, inventei mil e uma maneiras de rir da mesma coisa, por mais ridículo que isso possa parecer, fiz tantos tantos programas de fossa que seria quase impossível falar de todos aqui; mas eles se resumem a coque no cabelo, vinho, pijama e ligações noturnas para pessoas que considerávamos - ou consideramos - importantes.
Acho feio agradecer por receber amor. É um pouco desesperado, não é não? Mas não importa. Quero agradecer por ter encontrado pessoas que, de uma forma ou de outra, completaram um vazio que eu tinha há tempos e isso já bastou para o meu ano ter valido a pena.

3. Amores complexos
Certeza que você deve estar pensando que essa será a parte mais interessante e eu só posso te dizer, meu caro leitor, que não é não. Essa, acredito, é a parte mais patética e colorida-dolorida. Desperdicei(?) o grande amor da minha vida. É. Mas não sei se passou ou se ainda pode ser, entende, de verdade, já que ficamos tanto tempo juntos e o amor ainda existe em nossos corações. Aprendi que se não resta amor não resta mais nada, nem decepção, só um grande buraco vazio de indiferença. Mas, calma, não é assim tão cruel. Tive os meus momentos de garota-desesperada-que-encontra-no-amor-a-única-chance-de-ser-feliz-e-de-se-sentir-bem e os guardo com muito carinho aqui dentro, nesse coração doente de tanto amar errado. É sim. Não é drama. E não, não estou enfeitando as palavras. É a verdade. Aprendi a conhecer pessoas novas e também a manter relações antigas, e não sei dizer bem ao certo se isso foi correto ou não.
Lembranças de 2008 ainda me perseguem, e acho um pouco difícil eu dizer não a elas, entende, mesmo que um dia eu tenha que partir para longe, não vai ser hoje, nem amanhã, nem depois, talvez foi ontem e eu não percebi. Agora vou ter que aguentar. Mas nem é assim tão ruim. Sobrou muita coisa linda dele, e eu as guardo com tanto tanto amor e uma vontade besta de voltar.
Uma vontade besta de voltar, sempre.
Fiz loucuras. Ah, fiz loucuras. Peguei um ônibus e fui para outra cidade tentar resolver uma história e nada tive em troca. Ou tive, mas não o que eu esperava. Ah, quem eu quero enganar? É claro que eu tive. Vivi alguns momentos tão lindos que me dói até agora. Juro. Mas nada mais posso dizer a respeito. É que as palavras acabam traindo o que a gente sente, sempre, sempre.
Mas acho que agora estou livre. Tão livre que essa liberdade me consome por eu não saber o que fazer exatamente com ela; e eu me sinto patética, estática, perdida, com o mundo nas mãos e quase nada no coração. Mas isso passa, passa sim, e se não passar eu vou poder ter a certeza de que um dia nós tentamos. Meras tentativas. Mas doces. Sempre doces, inegáveis, lindas feito um sopro no verão. Enfim, nada se concluí por aqui, tudo é um grande livro a ser escrito e, sinceramente, estou achando que isso me faz mais bem do que mal, e é por isso que eu estou aqui, dando risada das coisas que eu fiz, das ligações que eu não atendi, das coisas que eu disse sem querer dizer e das que ouvi sem querer ouvir. Ou das coisas que eu deixei de dizer por medo e das coisas eu disse por simplesmente não poder mais guardar para mim.
Só deixo aqui registrado que a anda sobrando falta e que eu, infelizmente, não posso esperar para sempre. Quando existe amor não há como esperar muito tempo. Entenda como quiser.

4. Um pouco de Fernanda
Sempre um pouco de Fernanda, até mesmo antes de virar muito de Fernanda. Quantas neuroses, gzuis. Quantos dramas, quantas noites sozinhas e quantas noites acompanhadas. Ah, quanta vontade desperdiçada, quanto amor jogado fora, quantas coisas para serem ditas que se perderam de mim. Quantas vezes eu desisti sem nem ao menos tentar, quantas vezes eu tentei por medo de desistir. Quantas certezas permiti sentir. E o medo de ceder? Fui perseguida por ele. Mas consegui fugir em alguns momentos, e isso fez valer a pena.
Acabei descobrindo que eu ainda não sei quem eu quero ser. Sei, na verdade, mas quero que isso permaneça em constante mudança porque é essa a graça da vida, entende, e é isso que me faz querer estar sempre lendo, aprendendo, ouvindo as músicas certas, conhecendo pessoas interessantes, esperando para descobrir aquilo que eu nem sei ainda o que é, querendo deixar de sentir falta de alguma coisa, querendo permitir mais e desistir menos.
Esse ano eu compreendi muitas coisas dentro de mim; olhar mais para dentro, menos para fora.
Olhar mais para dentro, menos para fora.



Tchau 2009, você quase me deixou doente de tanta loucura, mas acho que sobrevivi.
É, sobrevivi.
E tudo isso é uma vontade imensa (e inconstante) de continuar.