sábado, 17 de abril de 2010

Outra carta.

Tenho me distraído tanto ultimamnte, e nem pensar mais em você eu tenho pensado. Cada um seguindo sua vida. Bem let it be. Chego em casa à noite, olho pela janela, faço um chá e, não penso em você. Não penso em você de jeito nenhum. Deixo as coisas em seu devido lugar e minto pra mim dizendo que não foi tudo aquilo que eu dizia, que eu me enganei como já havia me enganado antes. Criei o costume de mentir para o meu reflexo no espelho e dizer que tudo bem, vai ficar tudo bem, que eu enfrentei teu adeus como um sorriso nos lábios. Tanta mentira que me causou tanta dor. Mas ontem eu cheguei em casa à noite, senti frio e pensei em você. E doeu bastante, doeu bastante pensar em você e saber que tínhamos tanto potencia pra encontrar o amor e a felicidade. Que podíamos sim ser feitos um pro outro. E enquanto eu fui pensando em tudo isso, fui me encolhendo dentro de mim mesma, e fui aceitando a dor, e chorei. Chorei tanto tanto tanto, esperando uma palavra de consolo de alguém, esperando você me dar um telefonema e dizer que tudo bem, pequena, eu estou aqui, nós estamos juntos nisso; que as coisas ainda são como a dois anos antes quando você me embalava nos braços e me fazia dormir. Pensar em você não devia nunca ser tão doloroso assim. Queria só que fosse bem let it be mesmo. Passou, passou. Não toca mais, não machuca mais, não consome mais. E eu, tão cheia de confinça, fui percebendo que fui arrogante demais com meu corção, que acreditei demais que poderíamos nos enganar pelo resto da vida. Tanta mentira que eu inventei pra suportar a dor de perder você. Hoje eu sei que os nossos momentos são tudo que eu tenho de bonito em mim. Agora eu consigo entender, e posso dizer que foi real, que valeu a pena. Que vale a pena. E existe, o amor existe sim, e ele pode ser bem verdadeiro se permitirmos.

Agora as noites continuarão a deslizar do lado de fora e, eu nada mais posso fazer pra trazer você de volta em minhas manhãs, eu só queria poder te ligar e dizer boa noite eu te amo forever da mesma forma em qualquer lugar, mas nada mais posso esperar, nada mais posso pedir.
[...]
Não tem mais você dentro da minha vida e dentro de todas as coisas que formavam a minha vida com você.
E eu acho que agora eu consigo aceitar que, mesmo com um fim, sempre existe uma chance de ser feliz dentro de nós mesmos e, dentro de todas as pessoas no mundo que podem, talvez, ser o que você foi pra mim.

Mas dói, dói bastante.

Um comentário:

Caren Fonseca disse...

Parece que pensou e pensou no que sinto em cada detalhe.
Mas pequena eu lhe digo VAI PASSAR.